segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Desmatamento no Paraguai


Período 1990 -2000 Crédito: NASA/ imagens Landsat

O mapa produzido acima com dados sobre florestas obtidos com análise de imagens do satélite Landsat pela Universidade de Maryland. Nele é possível observar a redução de dois biomas importantes no Paraguai, o Chaco e a Floresta do Alto Paraná, semelhante à Mata Atlântica existente no Brasil. As áreas em verde escuro mostram o Chaco ainda preservado e aquelas em azul escuro representam a floresta tropical que ainda está de pé. Os pontos em azul claro são as áreas já desmatadas.

O ritmo de desmatamento no país vizinho é intenso. Em algumas regiões 95% da cobertura vegetal já foi perdida. A principal causa para perda de florestas é a ampliação de áreas de cultivo de soja e para a criação de gado. Muitas fazendas são frutos de investimento de brasileiros que cruzaram a fronteira e beneficiaram-se de terras baratas e leis ambientais mais brandas.

Cada vez mais quente


Foto: NASA/GISS

A Agência Espacial Norte-Americana (NASA) divulgou nesta semana que 2009 foi o segundo ano mais quente da história. Em dezembro, durante a Conferência do Clima, em Copenhague, a Organização Meteorológica Mundial havia afirmado que o ano ficaria certamente entre os cinco mais quentes e que a década de 2000 a 2009 havia sido a mais aquecida desde que se tem notícia. Análise feita por pesquisadores do Instituto Goddard para Estudos Espaciais (GISS) sobre a temperatura da superfície terrestre revelou que as maiores altas ocorreram no Ártico e na Península Antártica. E em todo o hemisfério sul 2009 foi o ano que fez mais calor desde 1880.

Curiosamente, o ano de 2008 foi considerado o mais frio da década, e logo em seguida 2009 ficou a apenas uma fração de grau atrás de 2005, o ano com as temperaturas mais altas da História. “Há uma variação substancial da temperatura global ano a ano causada pelos ciclos El Niño e La Niña, mas quando tiramos a média de temperatura de cinco ou dez anos para minimizar essa variabilidade, percebemos que o aquecimento do planeta é continuamente crescente”, declarou o diretor do GISS, James Hansen.

Nas últimas décadas, os estudos da NASA mostraram que a média de elevação da temperatura global tem sido de 0.2ºC a cada dez anos. Desde 1880, os termômetros já subiram 0.8ºC. Os climatologistas concordam que o aumento do nível de gás carbônico e outros gases na atmosfera são fatores cruciais para a subida das temperaturas, mas não são os únicos. Eles lembram que as mudanças na irradiação do sol, oscilações da temperatura da superfície do mar (motivadas ou não pelo aquecimento ou resfriamento cíclicos do Pacífico) nos trópicos e nos níveis de aerossol (emitidos por vulcões ou queimadas) podem também causar alterações na temperatura do planeta.

Áreas Marinhas Desprotegidas


Conservar é o verbo mais usado nos discursos ambientalistas e, no entanto, pouco conjugado pelo resto da sociedade que insiste cegamente no consumismo globalizado, sem se dar conta do custo ambiental. Felizmente o ambientalismo está crescendo, denunciando abusos contra a natureza em jornais, congressos, panfletos, na arte e até nas novelas. De tal modo que hoje a maioria das pessoas aceita, talvez mais por condicionamento social e autodefesa do que por convicção, que proteger a biodiversidade agora é a poupança garantida de serviços ambientais e recursos biotecnológicos para depois. Isto é, para as “gerações futuras”, que pra maioria das pessoas é no máximo para os netos. Isto é, se eles já tiverem nascido. Senão para nossos filhos mesmo.

De qualquer modo, pouco a pouco a sociedade global vai se conscientizando sobre as questões ambientais, principalmente as associadas às mudanças climáticas que as afetam diretamente. Entretanto, o movimento de conservação marinha parece não estar ainda tecnicamente preparado para defender os oceanos. Talvez pelas razões pessoais que vou descrever a seguir.

O famoso Capítulo XVII da Agenda 211 recomenda o uso sustentável do mar e seus recursos através de várias ações governamentais e sociais, dentre elas a criação de Planos Nacionais de Unidades de Conservação Marinha, genericamente chamadas de Áreas Marinhas Protegidas (AMPs). São espaços aquáticos, geralmente costeiros, nos quais a estrutura biológica e os processos naturais que a mantém, são protegidos por lei contra qualquer tipo de impacto antrópico. Um deles é evidentemente a pesca. É a captura de um recurso público praticamente sem dono, com finalidade social, comercial e recreativa. Um bom exemplo marinho da tragédia do bem comum. Enquanto a pesca artesanal e recreativa sobrevive do pouco que ainda resta nas áreas costeiras, a pesca comercial é praticada sem manejo por empresas e indivíduos que ainda acreditam na utopia do inesgotável.

O ecossistema marinho também é vulnerável a todo tipo de poluente orgânico persistente, metais pesados oriundos da atividade industrial na zona costeira e lixo sólido não biodegradável. Somado a isso, a perda de habitats sensíveis devido a obras costeiras mal planejadas compromete ainda mais a diversidade biológica e a diversidade cênica da zona costeira, por si só um recurso inestimável, usado totalmente na contramão das vias da sustentabilidade preconizadas na Agenda 21.

Atualmente, existem cerca de 1300 AMPs ao redor do mundo que representam menos de 1% dos oceanos. Com a ameaça do colapso dos estoques pesqueiros comerciais, a Conferência Mundial para o Desenvolvimento Sustentável em 2002 e o Congresso Mundial de Parques em 2003 recomendaram a criação de um sistema mundial de AMPs e a proteção integral de no mínimo 20% dos oceanos contra a pesca predatória até o fim desse século.

Supõe-se que com a criação de AMPs pelo menos parte dos oceanos estarão protegidos desses impactos. Será? Bem, pelo menos os estudos científicos ao redor do mundo comprovam os resultados benéficos para o ecossistema marinho com a criação de AMPs, tais como recuperação gradativa dos habitats degradados, aumento rápido de populações sobre-exploradas, crescimento do tamanho médio dos indivíduos das populações de peixes e invertebrados, aumento do ciclo de vida e sucesso no recrutamento larval, aumento da biodiversidade dentro e fora das AMPs etc.

No Brasil existem inúmeras unidades de conservação (UCs) terrestres ao longo da zona costeira, sobretudo na Região Sul. São 33 só em São Paulo e Paraná. Mas no espaço marinho propriamente dito, a situação é crítica e segue o mal exemplo global que tem apenas 0,6% do espaço oceânico protegido, pelo menos no papel. Aqui, as AMPs existentes têm a categoria de parques, reservas e Apas (veja as definições no SNUC), tais como Fernando de Noronha, Abrolhos, atol das Rocas, Ilha do Arvoredo, Apa dos Corais etc. Juntas somam menos que 0,4% de toda a extensão do nosso mar territorial brasileiro e zona econômica exclusiva.

No geral a conservação marinha é um tema que, infelizmente, ocupa muito pouco os foros ambientalistas nacionais, que focam mais na preservação das florestas. E com razão, afinal a destruição das florestas brasileiras é o que se enxerga No mar também acontece o pior, mas não se enxerga por ignorância. É o resultado da falta de conteúdo programático sobre o mar no nosso ensino fundamental, como discutido no artigo anterior, Amazônia Azul...uma ova!

A causa principal para esse esforço global de conservação marinha está diretamente associada ao esgotamento dos recursos pesqueiros. Já começou errado: estão justificando a criação de AMPs devido a iminência do colapso da pesca e não ao ecossistema em si. Ou seja, o motivo parece ser mais econômico do que ético. Conservar só por que os recursos pesqueiros estão se esgotando?

É preciso tirar a questão pesqueira do centro das atenções no palco da conservação marinha. Conservar habitats específicos e seu ecossistema associado é um processo lento e complexo. Não basta criar o arcabouço legal, definir limites geográficos, criar Planos de Manejo, editar documentos, distribuir folders coloridos pra turistas e mostrar suas localizações e fotos na última versão do Google Earth. É preciso muito mais do que isso.

É preciso uma mudança drástica da nossa postura em relação aos oceanos, que nunca foi visto como um bioma único, indivisível e frágil diante das mudanças globais previstas para as próximas décadas. É preciso divulgar mais e conhecer profundamente, e não apenas superficialmente, o funcionamento e o papel ambiental dos ecossistemas marinhos. Os oceanos não devem ser conservados apenas porque os estoques comerciais de peixes estão condenados a se extinguir nas próximas décadas. É muito mais importante saber que os oceanos produzem pelo menos metade do oxigênio que respiramos diariamente produzido anualmente pela fotossíntese. Saber que pelo menos metade da reflexão dos raios solares incidentes nas áreas congeladas e que ajudam a manter a temperatura média do planeta. Saber que os oceanos abastecem a indústria pesqueira cerca de 100 milhões de toneladas de alimento (44 Maracanãs cheios até o topo!!) todos os anos, mesmo às custas da sua própria degradação. Saber também que o oceano retarda o aquecimento global, absorvendo quase um terço da emissão anual de gás carbônico, principalmente pela queima dos combustíveis fósseis.

E no entanto, apesar desses serviços ambientais gratuitos, recebe em troca mais de 6 bilhões de toneladas de lixo sólido todo o ano e mais alguns bilhões de litros de água contaminada com um coquetel de poluição venenosa produzida pela atividade humana ao longo das zonas costeiras. O mar dispersa poluentes químicos com muito mais facilidade do que a atmosfera. A força da gravidade atua mais eficientemente no meio terrestre. Quando o vento para, a gravidade atrai as partículas de poluição diretamente na direção do solo, ou indiretamente através das chuvas.

A água, obviamente o “éter” do ambiente marinho, também circula constantemente pela ação dos ventos na superfície. No entanto, por ser mais densa que o ar, a água vence facilmente a força da gravidade, mantendo suspensos contaminantes sólidos e dissolvidos que podem ser transportados lateralmente por milhares de quilômetros, sem ser interrompidos por barreiras físicas. A dispersão da poluição no mar é muito maior podendo chegar a milhares de Km do ponto de origem. Apesar da distância, a contaminação de um rio na China pode chegar ao Brasil, mesmo que leve décadas. É só uma questão de tempo. Quer melhor exemplo do que o fato de encontrarem traços de DDT, usados sem controle na agricultura da década de 50, em tecidos de peixes na Antártica2. Mesmo ilhas oceânicas distantes estão na trajetória dos contaminantes, principalmente os sólidos, principalmente restos de produtos de plástico industrializados. E o que dizer dos longínquos giros anticiclônicos subtropicais, os maiores biomas do planeta, já invadidos por pedaços de plástico boiando e engasgando mamíferos, tartarugas e aves marinhas (veja detalhes no artigo “A latitude dos cavalos”).

Portanto, eu me pergunto de que adianta conservar alguns milhares de quilômetros quadrados? Proteger 1, 10, 20 ou 30% (tanto faz) do espaço oceânico é o mesmo que nada, porque é praticamente impossível proteger integralmente qualquer pedaço do oceano global devido à conectividade natural entre todos os mares. Espero estar completamente equivocado, mas receio que a política e o diálogo internacional sobre a conservação marinha seja mais um discurso que se distancia da realidade. A comunidade ambientalista precisa ficar alerta em relação a criação dessas áreas. No rumo em que os diálogos e os acordos vão, criar 20% de AMPs significa automaticamente se confomar com os 80% restante de Áreas Marinhas Desprotegidas dos oceanos, onde tudo é permitido.

Não apenas algumas áreas, mas todo o oceano deveria ser considerado uma única AMP global. Um bioma internacional protegido por leis internacionais. Porque os oceanos são o principal alicerce do desenvolvimento histórico, cultural, sócio-econômico e ambiental da sociedade humana. Se nós realmente respeitássemos o mar e quiséssemos protegê-lo, não haveria a necessidade de tapar o sol com a peneira e criar AMPs.

O Fim da Amazônia em 10 anos



Não é de hoje que Marc Dourojeanni, ambientalista veterano e colunista de O Eco, discorre sobre as ameaças de grandes obras de infra-estrutura ao futuro da Amazônia. São dezenas de artigos que detalham incongruências e inconsistências de tantas intervenções. Elas se avolumam, se agravam, e continuam muito mal explicadas para a sociedade. Por isso, juntos, Marc, Alberto Barandiarán e Diego Dourojeanni resolveram iniciar a segunda década do milênio publicando um livro que traz a inestimável contribuição de detalhar de forma clara, objetiva e completa quais são os empreendimentos planejados para a Amazônia peruana, suas motivações e suas consequências como um todo para a região. Fizeram eles o que o governo tem se esquivado a revelar.

“Amazonía peruana em 2021: Explotación de recursos naturales e infraestructuras: ¿Qué está pasando? ¿Qué es lo que significan para el futuro?” (em espanhol), é uma obra provocativa que não se encerra nos interesses do país vizinho. Muito pelo contrário. Mostra quão envolvidos estão atores brasileiros nesses projetos, não se furtando a nomeá-los nem a detalhar as consequências de grande escala nas áreas de exploração madeireira, petróleo, mineração, energia hidrelétrica, agricultura e transportes.


Marc Dourojeanni: "O Brasil também tem
muito a perder com Amazônia peruana
sem matas". Foto: SPDA
Depois de dois intensos meses de trabalho, os autores conseguiram compilar em 162 páginas o que empreiteiros, bancos e governos querem omitir da sociedade quando se abordam as consequências de arrojados projetos de infraestrutura que atravessarão a Amazônia peruana. Hoje, toda essa informação está dispersa em empresas, administrações locais e nacionais, mas agora pode ser compreendida através da interpretação crítica dos autores. “A informação é inacreditavelmente contraditória de fonte para fonte e de mês a mês. Na verdade, ela só pode ser reunida por equipes com muito conhecimento da realidade e da operação governamental, com contatos pessoais nos ministérios e após muito trabalho para extrair-la da internet, dos relatórios, declarações nos jornais e publicações”, explicou Marc Dourojeanni.

Por mais que os planos brasileiros deixem a dever em diversos aspectos, o Peru sequer tem um planejamento de desenvolvimento nacional, nem garante a seus cidadãos acesso às informações dos empreendimentos que apoia. “É impossível para um cidadão comum entender o que se passa na Amazônia peruana. No Brasil pelo menos programas como o “Avança Brasil” e o próprio Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) podem ser lidos em um só documento amplamente divulgado. No Peru isso não existe”, revela Marc.


Rumo ao retrocesso


Nesta década em que a ousadia dos governos deveria estar direcionada à implantação de projetos alternativos de geração de energia, manejo sustentável, pagamento por serviços ambientais e incremento de esforços para diminuir as emissões oriundas de desmatamento em nações como o Peru, o país resolveu apostar nos velhos modelos.

Entre 2009 e 2021 o Peru pretende constuir 52 centrais hidrelétricas na região amazônica (24.500MW). Também tem planos para a concessão de 53 lotes para exploração petrolífera e outros que cubrirão 70% da área de floresta, fora oleodutos e gasodutos. Terá ao final da década mais de 24 mil direitos minerários titulados, sendo outros 7 mil já em tramitação na Amazônia, além de quase 5 mil quilômetros de estradas recuperadas, incluindo 880 km de novas vias, 2 mil km de ferrovias, 4.213 km de hidrovias e 483.581 hectares de plantações novas para biocombustíveis. O Peru quer ainda triplicar sua área de floresta concedida a exploração privada, o que se somará à altíssima taxa de desmatamento que ocorre ilegalmente no país.

Os autores reconhecem que a região amazônica precisa de investimentos na área de infra-estrutura, mas duvidam da necessidade de tantas obras ao mesmo tempo em apenas uma década, questionam a viabilidade econômica e social desse pacote e se indagam por que ainda não foi feito estudo de impacto ambiental para tudo isso. Além do mais, eles estimam que se tudo for realizado, os custos podem chegar à casa dos 80 bilhões de dólares que, financiados com recursos externos em sua grande parte, poderiam provocar um endividamento público e privado sem precedentes.

Projeções trágicas

1986 2009
Imagens de satélite Landsat da região de Madre Dios, onde Brasil investirá em hidrelétrica. No destaque, o avanço do desmatamento ao redor de estrada na floresta (crédito: imagem INPE/DGI, arte: O Eco)

O desmatamento e a degradação florestal na Amazônia peruana, consequentes da abertura de estradas, exploração madeireira e petrolífera, poderão atingir 91% da área de floresta num cenário mais pessimista, que, entretanto, tem grandes chances de se concretizar. Os autores também discorrem sobre a perda das funções econômicas e ecológicas dessas matas, como capacidade de fixação de carbono, conservação da biodiversidade e saúde do ciclo hidrológico – aspectos que se não forem levados em conta, transformarão os empreendimentos em desastres para o país.

As áreas protegidas serão fortemente pressionadas e invadidas. As emissões de gás carbônico da Amazônia peruana aumentariam em grandes proporções, colocando o país em situação incômoda diante de compromissos internacionais. Doenças, ondas migratórias, enchentes e secas severas, crescimento desordenado das periferias, grilagem de terras, violência, pressão sobre populações indígenas isoladas e ribeirinhas, são algumas das inúmeras consequências sociais não devidamente contabilizados no pacote de projetos e que, em muito, superam as vantagens sociais anunciadas.

Interesse brasileiro


Lula e presidente peruano, Alan Garcia, assinam acordo de
cooperação para geração de energia hidrelétrica
Foto: cortesia Palacio do Governo do Peru
Os autores atribuem ao governo brasileiro e suas empresas os maiores interesses de grande parte das intervenções no Peru, a fim de que o país aumente sua hegemonia na América do Sul, atendendo as necessidades de escoamento de produtos pelo Pacífico e venda de energia hidrelétrica de usinas peruanas para o Brasil. Os investimentos serão benéficos, é claro, para as empreiteiras e prestadoras de serviços, para o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), além de estimularem agricultores e garimpeiros da Amazônia brasileira a cruzar a fronteira. Sem falar nas entidades financeiras peruanas e nos políticos que sempre ganham com obras megalomaníacas.

Ainda que nem tudo seja cumprido à risca, nunca na história peruana se projetou tantas obras de infra-estrutura nem houve tantas iniciativas de exploração de recursos naturais em apenas dez anos. Qualquer semelhança com os empreendimentos brasileiros para a Amazônia não são mera coincidência.

Em diversas passagens, o leitor tem a sensação de estar lendo um livro sobre a Amazônia brasileira. Marc vê também muitas semelhanças, mas ressalva que a peruana é mais complexa. “O padrão de ocupação pode ser drasticamente diferente, com minifúndios no Peru e preponderância do latifúndio pecuário no Brasil. E gerando problemas e conflitos como o narcotráfico e o terrorismo ou guerrilha. A população andina peruana sempre foi muito organizada e politicamente combativa, o que é positivo em muitos aspectos, mas agrava os conflitos”, explica Marc. Enquanto a Amazônia brasileira recebeu nos anos da ditatura militar incentivos para sua ocupação, com abertura de estradas e nascimento de cidades, o Peru esteve até pouco tempo de costas para sua floresta e ainda hoje vê a região como um território a ser explorado ou vendido, de acordo com Marc.

A saída, para os autores, reside numa interrupção estratégica das intervenções planejadas para que se possam incluir a participação social e o cumprimento da legislação no que se refere à mensuração dos impactos, inclusive ambientais. “Se não for assim, somos realistas e conscientes de que as recomendações deste trabalho não encontrarão muito eco no governo atual”, diz Marc. Entre as sugestões dos autores estão o funcionamento de um cadastro de passivos ambientais para a Amazônia, para registrar e quantificar os danos ambientais acumulados que mais podem influenciar negativamente o futuro da Amazônia, a ser elaborado em escala municipal, regional ou para toda a Amazônia.

Mais do que abrir os olhos da população, para que não assista inerte à destruição da Amazônia peruana em apenas dez anos, os autores quiseram chamar a atenção dos próprios governantes, muitos dos quais sem noção clara do conjunto e das interações de tantas obras propostas, esperando deles alguma atitude. “O Brasil também tem muito a perder de uma futura Amazônia peruana sem matas, com os solos arrasados, águas contaminadas e socialmente mais instável que agora. A Amazônia é uma só. Este trabalho é, portanto, um convite à reflexão e à ação”, resume Marc.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Causas das enchentes em São Paulo


Saneamento Ambiental


A Constituição Federal de 1988 em seu Capítulo do Meio Ambiente estabeleceu que: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida...” (art. 225). No ambiente urbano a efetivação desse direito constitucional envolve, no mínimo, a garantia de condições de saneamento ambiental para toda a população, abrangendo serviços básicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta e tratamento de resíduos sólidos e drenagem urbana.


A relação direta entre a oferta desses serviços e indicadores de saúde pública, em especial dos índices de mortalidade infantil, justifica a assertiva.


No Município de São Paulo as condições de saneamento ambientais vêm evoluindo favoravelmente nos últimos 25 anos, sem terem atingido níveis ideais e consolidados no que diz respeito aos sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta/tratamento de resíduos sólidos. Por outro lado, os problemas de drenagem urbana continuam se agravando. O aumento das inundações e pontos de alagamento desafiam sucessivas administrações da Prefeitura e do governo do Estado e impõem sérios prejuízos à saúde e segurança da população.
Metodologia - Os temas a serem discutidos neste trabalho referem-se ao abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos e drenagem urbana.


Em relação ao abastecimento de água, é apresentado o índice de regularidade de adução - IRA, fornecido pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, que revela a média anual de regularidade do ano de 1999. Esse índice é diferenciado segundo 61 setores de abastecimento e representa a porcentagem do tempo em que a água é de fato fornecida aos munícipes.


No título coleta e tratamento de esgoto, são apresentados dois mapas.
O primeiro se refere à cobertura da rede de esgotos fornecida pela SABESP, incluindo o layer de quadras fiscais do Geolog.


O segundo traz a localização das estações de tratamento de esgotos (ETE) e sua articulação com as bacias de esgotamento, segundo dados fornecidos pela SABESP.
Na drenagem urbana são apresentados os seguintes mapas: mapa litológico esquemático com a localização dos pontos de alagamento, cuja fonte refere-se à Carta Geotécnica do IPT, escala 1:25.000 (1985), redesenhado pela SEMPLA; mapa de hidrografia (fonte SVP/PMSP) e mapa de gradientes hidráulicos (Takiya, 1997).
Saneamento


Abastecimento de água - O abastecimento de água no Município de São Paulo está totalmente a cargo da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP desde 1973. A Companhia, ligada à Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras, também é responsável pela produção (captação e tratamento) da água que abastece toda a Região Metropolitana, apesar de não operar o sistema de distribuição em todos os Municípios.
Atualmente, no Município de São Paulo, a cobertura da rede de abastecimento de água abrange a quase totalidade dos domicílios, com algumas exceções localizadas em favelas e loteamentos irregulares.


Por ocasião de estiagens prolongadas, como ocorreu no segundo semestre de 2000, esse índice de regularidade pode ser muito reduzido pela imposição de rodízio.


A interrupção do fornecimento é devida a problemas de distribuição ou falta de capacidade do sistema produtor. A principal fragilidade do sistema de abastecimento de água encontra-se no sistema produtor ou, mais especificamente, nas áreas de mananciais onde se encontram as fontes de água potável ou com possibilidades de serem tratadas. No Município de São Paulo, o abastecimento de água é alimentado por três sistemas produtores: Cantareira, Guarapiranga e Alto Tietê.


As regiões da cidade abrangidas por cada um deles aparecem na figura 2 do menu à direita.
No caso do sistema Guarapiranga, que fornece água para cerca de 30% da população paulistana, a ocupação urbana em torno do Reservatório e a precariedade do sistema de tratamento de esgotos estão colocando em risco o manancial.


Outro problema do sistema de abastecimento é a perda de água ao longo das canalizações, que ultrapassa 40%, segundo dados do CBHAT (1999). Finalmente, também existe desperdício por parte dos usuários.


A média de água captada per capita no Município é superior a 350 litros/dia (CBHAT, 1999).
Coleta e tratamento de esgoto - A coleta e o tratamento de esgotos no Município de São Paulo também são realizados pela SABESP.


A cobertura da rede de coleta foi ampliada nos últimos anos, passando de 65% em 1991, para cerca de 90% da área urbanizada em 2000.


O ítem 3 do menu à direita mostra a localização dessa rede permitindo a visualização dos bairros não atendidos nas periferias da cidade. A maioria das favelas também não é atendida, mesmo quando localizadas em setores onde existem redes.


O maior problema em relação aos esgotos encontra-se no sistema de tratamento pois a sua falta causa a poluição dos recursos hídricos e repercute na fragilidade do sistema de abastecimento de água. As obras destinadas ao tratamento dos esgotos da Região Metropolitana de São Paulo estão sendo desenvolvidas dentro do “Projeto Tietê” que prevê a construção e operação de cinco Estações de Tratamento de Esgotos - ETE. Atualmente, os esgotos coletados no Município de São Paulo são enviados a quatro ETEs.


A localização dessas estações, os limites das bacias de esgotamento em que se subdivide o sistema de coleta de esgotos e a articulação entre as bacias e as ETEs, encontra-se na figura 4 do menu à direita.


Também na figura 4, aparecem diferenciadas as bacias de esgotamento que já se encontram conectadas às estações de tratamento e aquelas que ainda não estão. De acordo com os dados da SABESP, em 1998 estavam sendo tratados 22 % dos esgotos coletados, correspondendo a 19 % dos esgotos gerados na Região Metropolitana.


A previsão da Companhia é de que até o final de 2000 tenha-se aumentado o índice de tratamento para 51% dos esgotos coletados (ou 43% do total gerado). A efetivação do tratamento dos esgotos depende da capacidade das ETE mas, principalmente, da complementação dos sistemas que conectam as redes às estações por meio de coletores, estações elevatórias e interceptores, impedindo que os esgotos (mesmo coletados) sejam despejados na rede hídrica.
A denominação das bacias de esgotamento está relacionada com os corpos d’água receptores (Tamanduateí, Tietê Oeste, Tietê Centro, Tietê Leste, Pinheiros, Guarapiranga e Billings), junto aos quais está sendo construída a rede de interceptores destinada a transportar os esgotos para as ETE e impedir seu lançamento direto nos corpos d’água.


Além do comprometimento da qualidade das águas para abastecimento humano, a falta de tratamento de esgotos torna-se um grande risco à saúde pública nas ocorrências de inundação pois as águas dos rios encontram-se poluídas e contaminadas.


Drenagem urbana - A drenagem urbana em São Paulo é o problema de saneamento ambiental que se encontra menos equacionado, apesar de muitos investimentos na canalização de córregos e da existência de um plano de macro-drenagem para a metrópole.


A malha fluvial de São Paulo, estimada em 1500 km, apresentava até 1993, 413 km de canalização.


No ano de 1990 forma mapeados 24 km de área inundável.


Na figura 5 do menu à direita estão localizados, de forma esquemática e sem escala, os pontos de alagamento cadastrados no período 1990/1993 e os de jan/fev. de 2000. As principais causas das enchentes em São Paulo são a ocupação das várzeas e a grande impermeabilização do solo. Ou seja, tratam-se de problemas que foram sendo estabelecidos pela forma de construção da cidade e que se intensificaram muito depois de 1930.


As várzeas, cuja extensão aparece na figura 5, são áreas naturais de enchente dos rios nos períodos de chuva. Na medida em que não se tratou da sua preservação elas foram sendo ocupadas e, evidentemente, são as áreas mais atingidas por inundações.


Por outro lado, quando não está impermeabilizado e possui cobertura arbórea, o solo tem capacidade de reter até 90% das águas das chuvas. Com a impermeabilização dos solos e retirada da vegetação toda água das chuvas corre diretamente para os rios e a capacidade de infiltração desce para quase zero na maior parte da área urbanizada.


Para complicar ainda mais esse quadro, as periferias da área urbanizada ocupam hoje porções de solo provenientes de rochas decompostas com grandes declividades e sujeitas a erosão. Nesses solos rochosos, pertencentes ao complexo cristalino e identificados na figura 5, a ocupação inadequada provoca erosão que carrega sedimentos para o leito dos rios, diminuindo sua capacidade de vazão por causa do assoreamento.


Na figura 6 do menu à direita apresenta-se um mapa de hidrografia com a distinção de rios e córregos canalizados e não canalizados.


Na figura 7, é apresentado um mapa de gradientes hidráulicos, elaborado a partir de drenagens de segunda ordem, que ressalta áreas de declividade mais acentuada, onde observam-se os maiores gradientes.


Medidas contra enchentes - Para resolver os problemas de enchentes seria necessária quase que uma “refundação” de São Paulo. Dentre as principais obras previstas para minimizar o problema está o rebaixamento da calha do Rio Tietê que vem sendo feito pelo governo do Estado. A região Metropolitana de São Paulo está localizada na Bacia do Alto Tietê: Toda água das chuvas e todos os seus rios correm para o Tietê.


Para se ter uma idéia dos problemas causados pela impermeabilização temos que em 1929, numa ocorrência de grandes chuvas, a vazão do Tietê na altura da ponte do Limão foi de 318m³/s. Hoje, o projeto de aprofundamento do leito do Tietê pretende aumentar essa capacidade de vazão para 1.400 m³/s e mesmo assim o rio não teria capacidade para escoar um índice de chuvas igual ao de 1929.


Outra medida importante para controlar as enchentes é a construção de piscinões, em terrenos ainda vagos localizados nas cabeceiras dos principais afluentes do Tietê. Os piscinões são reservatórios de acumulação temporária das águas das chuvas, que retardam sua chegada nos rios principais.


A Prefeitura de São Paulo já construiu seis piscinões que aparecem localizados na
Finalmente, existem muitas questões ligadas à micro-drenagem que devem ser tratadas. Dentre elas, o não lançamento de esgotos e lixo nos rios e nas galerias de águas pluviais, a limpeza dos bueiros e a manutenção das galerias. Também em projetos de reurbanização ou na abertura de novos loteamentos, deveria se garantir a recuperação das áreas permeáveis e a preservação das várzeas como áreas verdes.

Poluição dos rios e lagos


A poluição é a contaminação do meio ambiente pelos desperdícios humanos. Não é fácil chegar-se a acordo sobre o que é a contaminação, pois diferentes pessoas podem considerar este problema segundo pontos de vista muito diversos. O nível social desempenha um papel importante quando se procura determinar o que é ou não é aceitável para o meio ambiente.


Através dos séculos, os humanos foram desenvolvendo uma atitude de conquista relativamente aos bens naturais.Entre os bens da natureza, a água é uma substância essencial à vida.O ser humano pode subsistir com 5 litros de água por dia. Algumas populações nómadas da zona sariana conseguem-no durante longos períodos de tempo. Contudo, tendo em conta os aspectos de higiene pessoal e doméstica, calcula-se que são necessários, no mínimo, 40 a 50 litros de água por pessoa. A isto teremos de juntar a água necessária para a agricultura e para a pequária. O total, em determinados países e regiões, representa um consumo diário que pode atingir os 1000 litros por habitante.Sabe-se que as águas doces (rios, lagos, etc.) do planeta em condições de utilização são cada vez menos, em virtude de a sua qualidade diminuir, de dia para dia, por causa da poluição. O problema da alteração das águas doces por contaminação é já conhecido há muito tempo. A poluição da água dos rios iniciou-se nos primeiros dias da civilização.


Os humanos foram sempre atraídos para junto dos cursos de água, que lhes garantiam água para beber e para as suas actividades, tais como a irrigação dos campos e a criação de animais. Consequentemente, as primeiras civilizações, como a da Mesopotâmia (região situada entre os rios Tigre e Eufrates) e a da China antiga (rios Amarelo e Yangtse), desenvolveram-se ao longo de grandes rios.Os rios são poluídos pela contaminação de lixos orgânicos, incluindo as excreções humanas e dos animais, e resíduos agrícolas resultantes da decomposição das plantas. Com o aumento da população e a aparição da actividade industrial, a poluição dos rios e lagos não cessou de aumentar.Em 1961, a Organização Mundial de Saúde deu a seguinte definição relativa à poluição das águas doces: "Um curso de água considera-se poluído logo que a composição ou estado da água são directa ou indirectamente modificados pela actividade humana, de tal maneira que a água se presta menos facilmente às utilizações que teria no seu estado natural". Esta definição inclui também as modificações das propriedades físicas, químicas e biológicas da água que a podem tornar salobra (não potável) ou não utilizável para consumo nas actividades domésticas, industriais, agrícolas, etc.


O grau de poluição das águas pode ser calculado a partir da necessidade bioquímica de oxigénio, que se determina pelo peso (por volume unitário da água) de oxigénio dissolvido utilizado no decorrer dos processos biológicos das bactérias aeróbias contidas na água. Os seus valores variam entre cerca de 1 mg/l, nas águas naturais, e os 300-500 mg/l, nas águas domésticas não depuradas. Se a concentração de substâncias poluentes aumenta consideravelmente, a sua degradação esgota o oxigénio dissolvido na água, podendo produzir a morte de muitos seres aquáticos. A partir deste momento, as bactérias aeróbias, que, em condições normais, mantêm o seu poder auto-depurador da água, são substituídas por bactérias anaeróbias que contribuem para a putrefacção da água.Embora a poluição da água possa ser acidental, a maior parte das vezes resulta de escoamentos descontrolados de origens diversas. As principais fontes poluidoras são:- as águas residuais urbanas, que contêm os resíduos colectivos resultantes da vida quotidiana.


O seu volume está em aumento constante, chegando em certas cidades a atingir os 600 litros por habitante e por dia, o que significa cerca de 50 quilos de substâncias secas e sólidas por habitante e por ano;- as águas de origem industrial, que são a principal fonte de poluição das águas dos rios. A maioria das unidades industriais utiliza água em quantidade variável nos diferentes processos de fabrico. Os principais factores poluentes são o petróleo, o carvão, as indústrias químicas e as que utilizam como matéria-prima a celulose;- a poluição de origem agrícola, proveniente essencialmente de certos produtos utilizados na agricultura, como os adubos, insecticidas e dejectos de origem animal.A lista dos produtos poluentes das águas dos rios e lagos de um país compreende centenas de substâncias.


A sua diversidade aumenta com as múltiplas combinações químicas em que participam. Entre os produtos orgânicos mais conhecidos encontram-se os ácidos gordos, ésteres, aminoácidos, detergentes aniónicos e aminas. Entre os compostos inorgânicos encontram-se numerosos sais dissolvidos no estado iónico: sódio, cálcio, potássio, nitratos, cloretos, bicarbonatos, fosfatos e sulfatos.O poder de biodegradação da água é enorme, mas, se a concentração de substâncias orgânicas e químicas ultrapassa certos limites, as águas não a podem regenerar pela acção das bactérias. A vida desaparece e os rios e lagos transformam-se em gigantescos esgotos.Os resíduos industriais lançados nos rios provocam verdadeiras hecatombes nas comunidades aquáticas, sendo particularmente notados os seus efeitos sobre os peixes.Pode verificar-se que numerosas substâncias ácidas, sulfuretos, amoníaco, etc., paralisam as reacções biológicas provocando a morte de seres vivos.


O aumento de temperatura da água, que implica um aumento do consumo de oxigénio, pode ameaçar seriamente toda a vida aquática. A utilização intensiva de água pela indústria (siderúrgica, do papel, etc.) amplia todos os dias este perigo.Entre os elementos poluentes da água susceptíveis de provocar efeitos tóxicos no organismo, podemos citar os nitratos e os produtos fluorados que, embora sendo essenciais na prevenção da cárie dentária, se se encontrarem em concentração elevada podem provocar a fluorose crónica. São também poluentes das águas dos rios metais tóxicos como o arsénico, o selénio, o chumbo e o cádmio.Os pesticidas desempenham um papel muito importante na poluição das águas continentais e são muito nocivos para os seres vivos. São ainda causa de poluição os hidrocarbonetos, os detergentes aniónicos (que entram na preparação de detergentes sintéticos) e a radioactividade resultante de resíduos radioactivos.A poluição da água dos rios, sob o ponto de vista sanitário, constitui um problema cada vez mais preocupante para todos os países.

O Aquecimento Global



O Aquecimento global é um fenômeno climático de larga extensão—um aumento da temperatura média superficial global que vem acontecendo nos últimos 150 anos. Entretanto, o significado deste aumento de temperatura ainda é objecto de muitos debates entre os cientistas. Causas naturais ou antropogênicas (provocadas pelo homem) têm sido propostas para explicar o fenômeno.


Grande parte da comunidade científica acredita que o aumento de concentração de poluentes antropogênicos na atmosfera é causa do efeito estufa. A Terra recebe radiação emitida pelo Sol e devolve grande parte dela para o espaço através de radiação de calor. Os poluentes atmosféricos estão retendo uma parte dessa radiação que seria refletida para o espaço, em condições normais. Essa parte retida causa um importante aumento do aquecimento global.


A principal evidência do aquecimento global vem das medidas de temperatura de estações metereológicas em todo o globo desde 1860. Os dados com a correção dos efeitos de "ilhas urbanas" mostra que o aumento médio da temperatura foi de 0.6+-0.2 C durante o século XX. Os maiores aumentos foram em dois períodos: 1910 a 1945 e 1976 a 2000. (fonte IPCC).
Evidências secundárias são obtidas através da observação das variações da cobertura de neve das montanhas e de áreas geladas, do aumento do nível global dos mares, do aumento das precipitações, da cobertura de nuvens, do El Niño e outros eventos extremos de mau tempo durante o século XX.


Por exemplo, dados de satélite mostram uma diminuição de 10% na área que é coberta por neve desde os anos 60. A área da cobertura de gelo no hemisfério norte na primavera e verão também diminuiu em cerca de 10% a 15% desde 1950 e houve retração das montanhas geladas em regiões não polares durante todo o século XX.(Fonte: IPCC).


Causas


Mudanças climáticas ocorrem devido a factores internos e externos. Factores internos são aqueles associados à complexidade derivada do facto dos sistemas climáticos serem sistemas caóticos não lineares. Fatores externos podem ser naturais ou antropogênicos.


O principal factor externo natural é a variabilidade da radiação solar, que depende dos ciclos solares e do facto de que a temperatura interna do sol vem aumentando. Fatores antropogênicos são aqueles da influência humana levando ao efeito estufa, o principal dos quais é a emissão de sulfatos que sobem até a estratosfera causando depleção da camada de ozônio (fonte:IPCC)
Cientistas concordam que factores internos e externos naturais podem ocasionar mudanças climáticas significativas. No último milénio dois importantes períodos de variação de temperatura ocorreram: um período quente conhecido como Período Medieval Quente e um frio conhecido como Pequena Idade do Gelo. A variação de temperatura desses períodos tem magnitude similar ao do atual aquecimento e acredita-se terem sido causados por fatores internos e externos somente. A Pequena Idade do Gelo é atribuída à redução da atividade solar e alguns cientistas concordam que o aquecimento terrestre observado desde 1860 é uma reversão natural da Pequena Idade do Gelo ( Fonte: The Skeptical Environmentalist).


Entretanto grandes quantidades de gases tem sido emitidos para a atmosfera desde que começou a revolução industrial, a partir de 1750 as emissões de dióxido de carbono aumentaram 31%, metano 151%, óxido de nitrogênio 17% e ozônio troposférico 36% (Fonte IPCC).
A maior parte destes gases são produzidos pela queima de combustíveis fósseis. Os cientistas pensam que a redução das áreas de florestas tropicais tem contribuído, assim como as florestas antigas, para o aumento do carbono. No entanto florestas novas nos Estados Unidos e na Rússia contribuem para absorver dióxido de carbono e desde 1990 a quantidade de carbono absorvido é maior que a quantidade liberada no desflorestamento. Nem todo dióxido de carbono emitido para a atmosfera se acumula nela, metade é absorvido pelos mares e florestas.


A real importância de cada causa proposta pode somente ser estabelecida pela quantificação exacta de cada factor envolvido. Factores internos e externos podem ser quantificados pela análise de simulações baseadas nos melhores modelos climáticos.


A influência de fatores externos pode ser comparada usando conceitos de força radiotiva. Uma força radiotiva positiva esquenta o planeta e uma negativa o esfria. Emissões antropogênicas de gases, depleção do ozônio estratosférico e radiação solar tem força radioativa positiva e aerosóis tem o seu uso como força radiotiva negativa.(fonte IPCC).


Modelos climáticos


Simulações climáticas mostram que o aquecimento ocorrido de 1910 até 1945 podem ser explicado somente por forças internas e naturais (variação da radiação solar) mas o aquecimento ocorrido de 1976 a 2000 necessita da emissão de gases antropogênicos causadores do efeito estufa para ser explicado. A maioria da comunidade científica está actualmente convencida de que uma proporção significativa do aquecimento global observado é causado pela emissão de gases causadores do efeito estufa emitidos pela actividade humana. (Fonte IPC)
Esta conclusão depende da exactidão dos modelos usados e da estimativa correcta dos factores externos. A maioria dos cientistas concorda que importantes características climáticas estejam sendo incorrectamente incorporadas nos modelos climáticos, mas eles também pensam que modelos melhores não mudariam a conclusão. (Source: IPCC)


Os críticos dizem que há falhas nos modelos e que factores externos não levados em consideração poderiam alterar as conclusões acima. Os críticos dizem que simulações climáticas são incapazes de modelar os efeitos resfriadores das partículas, ajustar a retroalimentação do vapor de água e levar em conta o papel das nuvens. Críticos também mostram que o Sol pode ter uma maior cota de responsabilidade no aquecimento global actualmente observado do que o aceite pela maioria da comunidade científica. Alguns efeitos solares indirectos podem ser muito importantes e não são levados em conta pelos modelos. Assim, a parte do aquecimento global causado pela acção humana poderia ser menor do que se pensa actualmente. (Fonte: The Skeptical Environmentalist)


Efeitos


Devido aos efeitos potenciais sobre a saúde humana, economia e meio ambiente o aquecimento global tem sido fonte de grande preocupação. Algumas importantes mudanças ambientais tem sido observadas e foram ligadas ao aquecimento global. Os exemplos de evidências secundárias citadas abaixo (diminuição da cobertura de gelo, aumento do nível do mar, mudanças dos padrões climáticos) são exemplos das consequências do aquecimento global que podem influenciar não somente as actividades humanas mas também os ecosistemas. Aumento da temperatura global permite que um ecosistema mude; algumas espécies podem ser forçadas a sair dos seus habitats (possibilidade de extinção) devido a mudanças nas condições enquanto outras podem espalhar-se, invadindo outros ecossistemas.


Entretanto, o aquecimento global também pode ter efeitos positivos, uma vez que aumentos de temperaturas e aumento de concentrações de CO2 podem aprimorar a produtividade do ecosistema. Observações de satélites mostram que a produtividade do hemisfério Norte aumentou desde 1982. Por outro lado é fato de que o total da quantidade de biomassa produzida não é necessáriamente muito boa, uma vez que a biodiversidade pode no silêncio diminuir ainda mais um pequeno número de espécie que esteja florescendo.


Uma outra causa grande preocupação é o aumento do nível do mar. O nível dos mares está aumentando em 0.01 a 0.02 metros por década e em alguns países insulares no Oceano Pacífico são expressivamente preocupantes, porque cedo eles estarão debaixo de água. O aquecimento global provoca subida dos mares principalmente por causa da expansão térmica da água dos oceanos, mas alguns cientistas estão preocupados que no futuro, a camada de gelo polar e os glaciares derretam. Em consequência haverá aumento do nível, em muitos metros. No momento, os cientistas não esperam um maior derretimento nos próximos 100 anos. (Fontes: IPCC para os dados e as publicações da grande imprensa para as percepções gerais de que as mudanças climáticas).


Como o clima fica mais quente, a evaporação aumenta. Isto provoca pesados aguaceiros e mais erosão. Muitas pessoas pensam que isto poderá causar resultados mais extremos no clima como progressivo aquecimento global.


O aquecimento global também pode apresentar efeitos menos óbvios. A Corrente do Atlântico Norte,por exemplo, provocada por diferenças entre a temperatura entre os mares. Aparentemente ela está diminuindo conforme as médias da temperatura global aumentam, isso significa que áreas como a Escandinávia e a Inglaterra que são aquecidas pela corrente devem apresentar climas mais frios a despeito do aumento do calor global.


Painel Intergovernamental sobre as Mudanças do Clima (IPCC)


Como este é um tema de grande importância, os govenos precisam de previsões de tendências futuras das mudanças globais de forma que possam tomar decisões políticas que evitem impactos indesejáveis. O aquecimento global está sendo estudado pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). O último relatório do IPCC faz algumas previsões a respeito das mudanças climáticas. Tais previsões são a base para os actuais debates políticos e científicos.
As previsões do IPCC baseiam-se nos mesmos modelos utilizados para estabelecer a importância de diferentes factores no aquecimento global. Tais modelos alimentam-se dos dados sobre emissões antropogênicas dos gases causadores de efeito estufa e de aerosóis, gerados a partir de 35 cenários distintos, que variam entre pessimistas e optimistas. As previsões do aquecimento global dependem do tipo de cenário levado em consideração, nenhum dos quais leva em consideração qualquer medida para evitar o aquecimento global.


O último relatório do IPCC projecta um aumento médio de temperatura superficial do planeta entre 1,4 e 5,8º C entre 1990 a 2100. O nível do mar deve subir de 0,1 a 0,9 metros nesse mesmo período.


Apesar das previsões do IPCC serem consideradas as melhores disponíveis, elas são o centro de uma grande controvérsia científica. O IPCC admite a necessidade do desenvolvimento de melhores modelos analíticos e compreensão científica dos fenômenos climáticos, assim como a existência de incertezas no campo. Críticos apontam para o facto de que os dados disponíveis não são suficientes para determinar a importância real dos gases causadores do efeito estufa nas mudanças climáticas. A sensibilidade do clima aos gases estufa estaria sendo sobrestimada enquanto fatores externos subestimados.


Por outro lado, o IPCC não atribui qualquer probabilidade aos cenários em que suas previsões são baseadas. Segundo os críticos isso leva a distorções dos resultados finais, pois os cenários que predizem maiores impactos seriam menos passíveis de concretização por contradizerem as bases do racionalismo económico.


Convenção-Quadro Sobre Mudanças Climáticas e o Protocolo de Kioto


Mesmo havendo dúvidas sobre sua importância e causas, o aquecimento global é percebido pelo grande público e por diversos líderes políticos como uma ameaça potencial. Por se tratar de um cenário semelhante ao da tragédia dos comuns, apenas acordos internacionais seriam capazes de propôr uma política de redução nas emissões de gases estufa que, de outra forma, os países evitariam implementar de forma unilateral. Do Protocolo de Kioto a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas foram ratificadas por todos os países industrializados que concordaram em reduzir suas emissões abaixo do nível registrado em 1990. Ficou acertado que os países em desenvolvimento ficariam isentos do acordo. Contudo, President Bush, presidente dos os Estados Unidos — país responsável por cerca de um terço das emissões mundiais, decidiu manter o seu país fora do acordo. Essa decisão provocou uma acalorada controvérsia ao redor do mundo, com profundas ramificações políticas e ideológicas.


Para avaliar a eficácia do Protocolo de Kioto, é necessário comparar o aquecimento global com e sem o acordo. Diversos autores independentes concordam que o impacto do protocolo no fenômeno é pequeno (uma redução de 0,15 num aquecimento de 2ºC em 2100). Mesmo alguns defensores de Kioto concordam que seu impacto é reduzido, mas o vêem como um primeiro passo com mais significado político que prático, para futuras reduções. No momento, é necessária uma analise feita pelo IPCC para resolver essa questão.


O Protocolo de Kioto também pode ser avaliado comparando-se ganhos e custos. Diferentes análises econômicas mostram que o Protocolo de Kioto pode ser mais dispendioso do que o aquecimento global que procura evitar. Contudo, os defensores da proposta argumentam que enquanto os cortes iniciais dos gases estufa têm pouco impacto, eles criam um precedente para cortes maiores no futuro.

A era do agronegócio sustentável


Mais do que um diferencial, produzir com sustentabilidade no campo já é a chave para abrir portas em mercados mais exigentes e eliminar barreiras não tarifárias. E o que num primeiro momento parece ameaça se transforma em uma oportunidade.O fracasso da conferência do clima pelo argumento de algumas das principais potências que teriam pesado prejuízos econômicos caso tivessem de realizar grandes cortes nas emissões causadoras de efeito estufa não se aplica ao agronegócio brasileiro. A agricultura e a pecuária do país, sustentam pesquisadores, só têm a ganhar ao adotar técnicas conhecidas e consideradas simples que, ao mesmo tempo, mitigam a liberação de gases causadores do aquecimento global e elevam a produtividade das propriedades.Para o superintendente do Instituto para o Agronegócio Sustentável (Ares), Ocimar Villela, o marco do início da pressão sobre o Brasil foi a recusa da Europa de adquirir carne bovina produzida em áreas desmatadas, há cinco anos. Em 2006, foi a vez da chamada Moratória da Soja, o que levou as indústrias de óleo vegetal a se comprometerem em não adquirir o grão de lavouras abertas com derrubadas de floresta do bioma amazônico. A bola da vez é a pecuária, com a Moratória da Carne.Participante de um estudo sobre as emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa na agricultura, o pesquisador Carlos Eduardo Cerri, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (USP), diz que grande parte do agronegócio brasileiro é hoje forçado a adotar práticas corretas.– Para se exportar etanol, é preciso estar de acordo com uma série de aspectos de sustentabilidade social e ambiental. São barreiras não tarifárias que criam para o Brasil. O mesmo com o suco de laranja, que concorremos com os Estados Unidos, e com o café – ilustra Cerri.Na opinião de Villela, em breve o produtor que desrespeitar a natureza não terá apenas dificuldade de comercialização. Segundo ele, o sistema financeiro irá cada vez mais observar regras de sustentabilidade ambiental e social no momento de analisar a liberação de crédito.– As propriedades também terão de ter uma gestão socioambiental, com controle dos efluentes, reciclagem de embalagens de agrotóxicos e respeito a direitos trabalhistas. O mercado financeiro também quer, de alguma forma, mostrar que está contribuindo para o controle de emissões – diz.A questão do desmatamento, acrescenta Villela, é só o começo. Chegará também a hora em que o produtor se verá impelido a adotar técnicas que diminuam emissões, como o plantio direto, a integração lavoura-pecuária, a recuperação de pastagens degradadas e o confinamento.– Apenas agora as emissões da agropecuária vêm sendo discutidas de forma mais profunda. Antes, a preocupação era apenas com as florestas – destaca o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Giampaolo Pellegrino, que esteve na conferência climática de Copenhague.

Brasil é 62º em ranking de sustentabilidade ambiental


O Brasil ocupa a 62ª posição entre os países com melhor gestão no controle da poluição ambiental e nos recursos naturais, segundo um ranking publicado hoje no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.



O Índice de Sustentabilidade Ambiental 2010, elaborado por uma equipe de especialistas das universidades americanas de Yale e Columbia, classifica 163 países em dez categorias ambientais. Entre elas, estão qualidade do ar, gestão de água, biodiversidade, pesca e agricultura, assim como o combate à mudança climática.



Os Estados Unidos situam-se uma posição à frente do Brasil, muito atrás de outros países industrializados, devido principalmente às emissões de carbono e da fraca política de controle da poluição.



À frente dos EUA situam-se 20 membros da União Europeia, como o Reino Unido (14ª), Alemanha (17ª) e Espanha (25ª), além do Japão, na 20ª colocação.
O ranking é encabeçado pela Islândia, seguida da Suíça e da Costa Rica. Os primeiros postos se concederam em razão dos investimentos que esses países fizeram em infraestrutura meio ambiental, controle da poluição e outras políticas focalizadas à sustentabilidade a longo prazo.
Além da Costa Rica, outros três países latino-americanos se encontram entre os 20 primeiros postos: Cuba (9ª), Colômbia (10ª) e Chile (16ª). Já o Haiti aparece entre os últimos da lista, na 155ª colocação.



Entre os países emergentes, China e Índia se situam, respectivamente, nas posições 121 e 123 do ranking, o que reflete o impacto do rápido crescimento no meio ambiente. A Rússia, por outro lado, está na 69ª posição.



Nos últimos lugares do Índice aparecem cinco países africanos: Togo, Angola, Mauritânia, a República Centro-Africana e Serra Leoa.

Surgimento da Sustentabilidade

A sustentabilidade é um tema cada vez mais discutido, e vem sendo adotado por muitas empresas em seu mercado de atuação frente aos problemas sociais e ambientais que enfrentamos em nosso planeta. Pode-se verificar que a degradação decorrida da ação do homem ao longo do século causou graves conseqüências à natureza e à sociedade, e hoje estes efeitos decorrentes nos fazem refletir para que algo seja feito para minimizar este problema mundial. As organizações começam a se preocupar cada vez mais para que algo seja mudado visando preservar o meio ambiente. Esta preocupação deve vir das empresas, sociedade e necessita de maior participação do governo. É com esta preocupação e o objetivo de solucionar o problema atual, que nasce a sustentabilidade.

Questões verdes têm uma história que remonta a década de 50 com a introdução do Ar Limpo (1956 e 1968) e os anos 60, quando o ambientalismo se tornou "moda", com "hippies" e da publicação em massa da causa ambiental. Embora estas eras provou ser inestimável para o desenvolvimento da educação ambiental, que não era verdade, até os anos 70 que estas questões começaram a surgir no cenário governamental com o 1972 Limits to Growth Report e da Conferência de Estocolmo. Este período coincidiu com a opinião pública forte do meio ambiente, já que esta foi na década em que o Greenpeace foi fundado.

Ao longo das últimas décadas tem havido uma série de esforços internacionais para ajudar as empresas a alcançar seus ideais e ambiental sustentável. O ponto de partida para isso foi o relatório Limites do Crescimento e da Conferência de Estocolmo sobre o Ambiente Humano, que levantou preocupações sobre as questões ambientais e começou uma onda de regulamentação governamental. A seguir as etapas do acordo internacional e a consciência ambiental a partir de 1972.

1972 - "The Limits to Growth" Relatório - Conferência de Estocolmo sobre o Ambiente Humano das Nações Unidas 1979 - Convenção de Berna sobre Habitat Protection (Conselho da Europa) - Convenção de Genebra sobre a Poluição Atmosférica 1980 - Estratégia Mundial de Conservação (IUCN) - Relatório Global 2000 (E.U.A.) 1983 - Helsinki Protocolo sobre Qualidade do Ar (ONU) - Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ONU) 1987 - Protocolo de Montreal sobre Substâncias que destroem a Camada de Ozônio (ONU) - Nosso Futuro Comum (Comissão Brundtland, em nome da ONU) 1990 - Livro Verde sobre o Ambiente Urbano (CE) 1992 - Rio Summit Agreements (ONU) - Nossa Herança Comum (UK) 1994 - Agência Européia do Ambiente estabelecida (UE) 1997 - Conferência de Kyoto sobre o Aquecimento Global

Na década de 1980 houve uma diferença significativa entre o que o público esperado de negócio e o que o negócio estava realmente fazendo em termos de meio ambiente. A publicação do Relatório Brundtland, em 1987, destacou o fato de que os atuais padrões de consumo de recursos e degradação ambiental não poderia continuar como estavam, e para reduzir o problema que nos deparam, a sociedade deve agir como um todo. O Relatório Brundtland, salientou o fato de que o desenvolvimento sustentável deve ser empregado para garantir os recursos da terra, assim, melhorar o bem-estar social e criando uma melhor qualidade de vida para as gerações futuras. Foi o primeiro relatório para usar o termo "desenvolvimento sustentável" e definiu-o como: "O desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades " (Brundtland, 1987). Renovado interesse público nas questões ambientais foi associado com um aumento significativo na regulamentação ambiental, através dos Programas de Ação da Comunidade Européia. O Livro Verde da Comissão Européia e o Livro Verde sobre o Ambiente Urbano (1990) foi o ponto de partida no despertar ambiental. Ele estava especialmente preocupado com o que estabelece o amplo quadro de ação comunitária eficaz em uma ampla gama de problemas ambientais a partir da energia de ruído e aquecimento global à poluição da água. O Livro Verde levou as autoridades municipais e os governos nacionais para enfrentar o declínio da qualidade de vida urbana na Europa. Para muitos, como o Governo do Reino Unido, levou a uma reorientação das políticas para a qualidade ambiental. O valor principal do Livro Verde foi a abordagem do geral, cruzando as fronteiras setoriais e pedindo que os governos da UE para resolver o crescente problema da deterioração da vida urbana com os riscos inerentes da poluição para a saúde, segurança e mudança climática global. Em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), estabeleceu uma série de diferentes iniciativas para promover a aceitação de desenvolvimento sustentável no mundo inteiro. UNCED produziu dois acordos sobre as questões ambientais globais - a Convenção sobre Biodiversidade e o Tratado sobre Princípios Florestais, duas afirmações sobre a relação entre práticas ambientais sustentáveis e à persecução da política social e desenvolvimento sócio-econômico - a Agenda 21 e a Declaração do Rio e a Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima.

O tema fundamental da UNCED para as empresas foi a conciliação do desenvolvimento econômico e proteção ambiental, dos quais, os resultados mais importantes foram a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92) e a Agenda 21. Ambos os documentos de foco nas políticas que afetam o fluxo das finanças e do comércio globais, que são cruciais para o negócio e tem um grande impacto no desenvolvimento sustentável.

Obama promete dar prioridade à luta contra a mudança climática

WASHINGTON - O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu nesta terça-feira dar prioridade à luta contra a mudança climática quando chegar à Casa Branca. Em um discurso por videoconferência durante um encontro de governadores na Califórnia sobre a mudança climática, ele disse que a luta contra este fenômeno será uma das princiapais metas de seu Governo.

Durante o pronunciamento, de cerca de quatro minutos, Obama declarou: "Minha Presidência marcará um novo capítulo na liderança dos EUA sobre a mudança climática".

" Qualquer governador que quiser promover energias limpas terá um aliado na Casa Branca. Qualquer empresa que desejar investir em energias limpas terá um aliado em Washington "

Em uma reiteração de suas promessas durante a campanha, o presidente eleito expressou seu apoio a um sistema de limitação e negociação para reduzir as emissões de gases poluentes. Sua meta é levar as emissões ao nível que tinham em 1990, e diminuí-las em 80% até 2050. Além disso, se propõe a investir US$ 15 bilhões anuais para promover o uso de energias limpas no setor privado.

- Prometo isto: quando for presidente, qualquer governador que quiser promover energias limpas terá um aliado na Casa Branca. Qualquer empresa que desejar investir em energias limpas terá um aliado em Washington. E qualquer país que desejar se unir à causa contra a mudança climática terá um aliado nos EUA - declarou.

Obama afirmou que "logo que assumir o cargo, podem ficar certos de que os EUA voltarão a se envolver de forma profunda nestas negociações, e ajudará a liderar o mundo a uma nova era de cooperação global sobre a mudança climática".

- É hora de enfrentar esse desafio de uma vez por todas. Adiar já não é uma opção. Negar não é mais uma resposta aceitável. As apostas são muito altas. As conseqüências são muito sérias - afirmou Obama.

A videoconferência de Obama é o único ato público desta terça-feira do presidente eleito, que permanece em sua casa em Chicago enquanto continua preparando sua equipe de Governo. O democrata também dirigiu sua mensagem diretamente aos delegados da Conferência Anual sobre o Clima.

- Embora eu ainda não seja presidente no momento de sua reunião e embora os Estados Unidos tenham apenas um presidente de cada vez, pedi aos membros do Congresso que estarão presentes na conferência como observadores que me informem sobre o que tiver acontecido lá - declarou Obama.

Morte de espécies de anfíbios pelo mundo é um sinal de desastre ambiental


O Globo Online

RIO- Os anfíbios resistiram bravamente às últimas extinções em massa que assolaram a Terra, mas talvez não sejam poupados na próxima, que já pode ter começado. A ameaça vem de um fungo aquático, que já exterminou mais de 200 espécies.

Segundo estudo feito por David Wake e Vance Vredenburg, do Museu de Zoologia Vertebrada da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, as taxas de extinção de anfíbios subiram a níveis nunca vistos, em um sinal inequívoco de que há algo errado.

O estudo, publicado esta semana no site Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), destaca que a maior culpa do extermínio é das mudanças climáticas, do desflorestamento e de uma doença mortal que tem pulado de uma espécie a outra.

Os autores questionam se a Terra estaria no início de sua sexta extinção em massa e apontam que os anfíbios fornecem uma resposta clara. Pelo menos um terço dos mais de 6,3 mil espécies de anfíbios no mundo está ameaçado.

" Eles conseguiram se perpetuar enquanto os dinossauros não. Mas agora os anfíbios parecem estar sendo eliminados "

-Não há dúvida que estamos em uma extinção em massa neste momento. Os anfíbios vivem na Terra há 250 milhões de anos. Eles conseguiram se perpetuar enquanto os dinossauros não. Mas agora os anfíbios parecem estar sendo eliminados.

Os cientistas explicam que é normal que espécies apareçam, enquanto outras desaparecem. Mas os casos de mortandade elevada têm peso maior do que o surgimento de novas espécies. Daí, tem-se um desequilíbrio.

Diversos fatores têm sido apontados como causadores de mudanças profundas nas populações de anfíbios, mas o artigo destaca uma doença infecciosa emergente, a quitridiomicose, como diretamente responsável pelo fim de mais de 200 espécies. Nenhuma outra doença representa uma ameaça tão grande à biodiversidade.

O problema é causado por um fungo aquático de origem desconhecida, o primeiro do tipo a atingir invertebrados e, no caso, apenas anfíbios. Segundo os autores do estudo, entender a ecologia da quitridiomicose ajudará não apenas aos anfíbios, mas também aos humanos, uma vez que ainda não se sabe se o patógeno poderá atingir outras espécies.

" Meu sentimento é que por trás destas mortes está a mão pesada do Homo sapiens "

Os pesquisadores acreditam que esta extinção emergente é diferente das demais.

- Meu sentimento é que por trás destas mortes está a mão pesada do Homo sapiens - disse Wake.

Um exemplo de espécie ameaçada é o sapo-de-perna-amarela de Sierra Nevada, que foi identificada com quitridiomicose em 2001. Nos anos seguintes, foram registrados casos de enorme mortandade e de colapso de populações da espécie.

De acordo com os autores, ainda não se sabe como o fungo, que é surpreendentemente virulento, provoca a morte.

- É preciso entender o que está matando esses animais. Essa doença é um exemplo notável de um patógeno que pula fronteiras e causa destruição - Vredenburg.

Botos-cinza da baía sofrem com problemas de saúde, causados pela poluição

Adriana Freitas - O Globo Online

RIO - Um mal silencioso ameaça os golfinhos da Baía de Guanabara. Resíduos de tintas, eletrônicos, pesticidas e compostos industriais - acumulados há anos nessas águas - são predadores lentos, mas implacáveis. Estudos recentes do Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores da Uerj (MAQUA), em parceria com o Instituto de Biofísica da UFRJ, mostram que os apenas 50 botos-cinza que sobrevivem atualmente na baía podem estar com a saúde seriamente comprometida. E as conseqüências disso deverão ser vistas nos próximos anos.

De acordo com o coordenador do Laboratório da Uerj, o doutor em Biofísica José Lailson Brito Jr, estes resíduos prejudicam o sistema imunológico, hormonal e diminuem a capacidade de reprodução, além de causarem anomalias ósseas. Análises do tecido adiposo dos botos da Baía de Guanabara encontraram altas concentrações dos pesticidas DDT e HCB e do composto industrial PCB, conhecido como ascarel.

- O ascarel (óleo usado como isolante em geradores e capacitores) e o pesticida DDT (responsável pela revolução verde na agricultura) foram proibidos, há muitos anos, mas continuam presentes no ambiente. Altas concentrações deles foram encontradas em golfinhos da Baía de Guanabara, como se verifica também em áreas extremamente industrializadas do hemisfério norte, como Mar do Norte e o Mar do Japão - disse Lailson.

" Os golfinhos não vão morrer de repente, não haverá uma mortandade repentina. Estes resíduos dificultam que a reprodução deles aconteça de maneira normal "

Outra novíssima pesquisa realizada pelo MAQUA mostra que compostos bromados (usados como retardantes de chama e existentes em peças de computador, sistemas eletrônicos e em estofamentos); compostos de estanho (usados em antigas tintas para embarcação, já proibidas) e compostos perfluorados (existentes no teflon) foram também encontrados em grandes concentrações no tecido adiposo dos botos-cinzas da Baía de Guanabara. Estes resíduos também alteram o sistema imunológico e hormonal desses animais.

- Os golfinhos não vão morrer de repente, não haverá uma mortandade repentina. Estes resíduos dificultam que a reprodução deles aconteça de maneira normal - disse Lailson.

Fato que sucinta grande preocupação, já que os botos que vivem em média 30 anos e estão com saúde debilitada, podem ter sérias dificuldades de deixar descendentes.

Os últimos levantamentos de população de botos na Baía de Guanabara, feito pelo grupo MAQUA, mostram uma tendência de queda. Em 2005, havia 50 golfinhos; em 2003, 55 botos e, em 99, 70 botos. Antes da atuação do grupo MAQUA na Baía de Guanabara, não existiam dados confiáveis. Mas seguindo os relatos de pessoas mais idosas e comparando com baías semelhantes, existiam no mínimo 500 golfinhos na Baía de Guanabara nas primeiras décadas do século XX. Além dos resíduos contaminantes, estes animais vêm sofrendo com a degradação ambiental, diminuição dos alimentos, operações portuárias e com a perda do espelho d´água.

Morador da Ilha de Paquetá, há 50 anos, Francisco Viana, 74 anos, que também já trabalhou como pescador, sente saudades do belo espetáculo que os golfinhos proporcionavam na Baía de Guanabara.

- Eles pulavam da água para comer tainhas. Há 40 anos, era muito comum ver grupos de até 50 golfinhos, acompanhado uma embarcação. Hoje está cada vez mais raro ver um golfinho saltar da água - lembrou.
" Há 40 anos, era muito comum ver grupos de até 50 golfinhos, acompanhado uma embarcação. Hoje está cada vez mais raro ver um golfinho saltar da água "

O professor Lailson defende o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), que já consumiu R$1,6 bilhões.

- É fundamental despoluir a baía, mas certos resíduos que vêm dos rios desta área muito industrializada, têm o controle muito difícil, porque pouco se sabe sobre as conseqüências deles nos organismos. Alguns podem ser proibidos no futuro, mas agora estão sendo despejados no mar.

Lailson se preocupa também com as outras baías da região sudeste. O boto-cinza é a espécie de golfinho que habita as baias e, por isso, sofre mais as conseqüências da industrialização e da ocupação desordenada das cidades.

- Crescimento econômico do Brasil pode se transformar em ameaça às baias e aos golfinho que nelas vivem. Nos golfinhos da Baía de Sepetiba, já se verifica uma concentração de resíduos preocupante e até nos da Ilha Grande, em menor grau, também se vê concentração.

Tumor nas tartarugas-verdes prejudica a sobrevivência da espécie no Brasil

Adriana Freitas - O Globo Online

RIO - Mais uma ameaça à preservação das tartarugas-verdes: cresce a incidência de um tumor que atinge os olhos e as articulações das nadadeiras destes répteis, encontrados por toda a costa brasileira. De acordo com um estudo do Projeto Tamar, no ano passado, foram examinadas em suas bases 2.256 mil tartarugas-verdes, sendo que 27,53% delas apresentavam o tumor. De 2000 a 2005, foram examinadas 8.359 e 15, 41% delas tinham a doença.

Segundo Cecília Baptistotte, da Coordenação de Medicina Veterinária do Projeto Tamar, este tumor - com aparência de verrugas e causado possivelmente por herpes vírus - está associado ao ambiente poluído.

- No Brasil, se identificam tartarugas com a doença em toda a costa, onde há despejo de esgoto comercial, agrícola e industrial. Mas nenhuma ocorrência foi registrada nas ilhas oceânicas do Atol das Rocas e no arquipélago de Fernando de Noronha.

A Bahia ficou em primeiro lugar em casos de registro da doença no ano passado, seguida por São Paulo e Ceará. Já o Ceará foi o estado com maior número de ocorrências de tartarugas com as verrugas no período de 2000 a 2005. Rio Grande do Norte e Espírito Santo ficaram em segunda e terceira colocação respectivamente. O Estado do Rio teve poucos registros em ambas as pesquisas, porque o Tamar ainda desenvolve um trabalho tão amplo aqui como em outras localidades. E, por isso, não pôde realizar uma observação mais atenta das tartatugas-verdes na costa fluminense.

" É uma ameaça a mais para esta espécie, que já sofre com a captura acidental e a caça "

De acordo com Cecília, o tumor, que é benigno, deixa as tartarugas mais predispostas a mortes por afogamento - por terem o movimento das nadadeiras prejudicado. Fragilizadas, elas ainda podem ser vítimas mais fáceis das redes de pescadores.

- É uma ameaça a mais para esta espécie, que já sofre com a captura acidental e a caça.Todo este ambiente ruim estressa o animal, que vem para a nossa costa na fase juvenil se alimentar de algas. A tartaruga-verde funciona ainda como sentinela ambiental, pois reflete a situação de todo o ecossistema.

Este tumor foi identificado pela primeira vez, em 1936, em tartarugas do Aquário de Nova Iorque. Mas foi a partir dos anos de 1980 que a doença começou a ser identificada com mais freqüência em animais que viviam na costa dos países mais industrializados.

Quatro pandas nasceram em 14 horas na China

O Globo Online

RIO - Quatro filhotes de panda gigante nasceram em apenas 14 horas num centro de reprodução no sudoeste da China - um mini-baby boom para esta espécie tão ameaçada, informa a edição desta segunda-feira do Daily Telegraph. O festival de nascimentos começou neste sábado no centro de pesquisa de reprodução em Chengdu, quando Qiyuan, uma ursa de 9 anos, cujo nome chinês significa Sorte Mágica, deu à luz duas gêmeas pandas, às 17h24m e às 18h16m ( Clique aqui e veja mais fotos de pandas ).

Uma pouco mais de hora depois, Chengggong, Sucesso em Português, de 8 anos, deu à luz um lindo filhotinho. Às 6h55m da manhã seguinte, Zhuzhu (ou Pérola), de também 8 anos, foi mãe de outro bebê panda, como contou o veterinário do centro Yang Feifei. Com a chegada dos recém-nascidos, o centro de reprodução chega atualmente a abrigar 71 pandas.

O panda gigante é um símbolo nacional da China, embora não oficialmente. Cerca de 1.600 pandas vivem nas florestas - maioria deles no sudoeste da província de Sichuan, que foi atingida em maio por um terremoto de 7.9 de magnitude, matando cerca de 70 mil pessoas ( Veja como batizar um panda ).

O terremoto também causou sérios danos na reserva natural de Wolong, a mais famosa do país, precipitando a ida de muitos ursos para outros centros de reprodução espalhados China.

( Leia mais: Ambientalistas protestam com pandas de brinquedo em Paris )

Salvar o panda gigante é o objetivo do enorme esforço chinês que utiliza a reprodução em cativeiro e a inseminação artificial. Doze pares de pandas gêmeos nasceram em cativeiro na China no último ano, graças principalmente ao programa de reprodução artificial que foi lançado há mais de 40 anos.

Totem de luz criado no Brasil ganha prêmio internacional


Adriana Freitas - O Globo Online

RIO - Esqueça os tradicionais postes de luz e imagine as cidades sendo iluminadas com totens de iluminação remota por meio de cabos de fibra ótica, mais econômicos e ecológicos. Desenvolvido pela ZIPlux, empresa da incubadora da COPPE/UFRJ, o novo produto - com 4,5 metros de altura, estrutura de aço galvanizado e pintado com tinta automotiva verde - ainda não faz parte do mobiliário urbano, mas já está conquistando seu lugar ao sol. Na semana passada, a invenção ficou em segundo lugar no principal prêmio de design do mundo: o IDEA/ Estados Unidos. E, no concurso IDEA/ Brasil, ganhou troféu de ouro e destaque na categoria sustentabilidade.( Veja outras fotos do totem )

Inédito no Brasil e no restante do mundo, o totem batizado de ZIPlux lamp pode trazer uma série de vantagens. Só para se ter idéia, a vida útil dos totens é quatro vezes maior; a economia de energia aumenta em até 70% e o custo da manutenção diminuiu em 80%, se for feita uma comparação com os postes de luz convencionais.

" O projeto é pioneiro, pois todos os esforços na área de iluminação pública anteriores foram concentrados apenas em lâmpadas mais eficientes "

A tecnologia foi desenvolvida para resolver problemas existentes no sistema de iluminação pública convencional. A grande inovação do equipamento, já patenteado, é que ele não usa luminária ou conjuntos ópticos no topo do poste pra dispersar a luz. Um emissor posicionado na base do poste emite a luz que é conduzida, por meio de cabos de fibra ótica, até o topo, onde a fibra ótica acaba subdividida para direcionar a luz de maneira mais eficiente, minimizando a perda de luminosidade. O sistema é flexível e pode funcionar por meio de energia convencional ou fotovoltaica ( feito por painéis que transformam energia solar em elétrica).

Um dos engenheiros do projeto, Rodrigo Martins, adiantou que o ZIPlux lamp, ao custo entre R$ 8mil a $12 mil, tem interessado a prefeituras e empresas de construção de todo o país.

- Estamos recebendo muitas demandas, inclusive internacionais. Em maio, participamos de feiras em Dubai e na Jordânia, no Oriente Médio, e tivemos solicitações.

Para o designer do projeto e diretor da ZIPlux, Walen Nogueira Júnior, este conceito de iluminação pública é totalmente inovador.

- O projeto é pioneiro, pois todos os esforços na área de iluminação pública anteriores foram concentrados apenas em lâmpadas mais eficientes. Nós pensamos no sistema como um todo, desde a conveniência de pedestres e motoristas, até a compatibilidade urbanística, meio-ambiente e manutenção simplificada - disse Walen que está divulgando o produto numa feira da Organização dos Estados Americanos, em Washington.

Desmatamento ameaça futuro de primatas na América Latina


Plantão | Publicada em 05/08/2008 às 12h40m

O Globo OnlineReuters

WASHINGTON - Os primatas do planeta vêm enfrentando um crescente risco de extinção devido à caça e à destruição de seu habitat, situação que reflete a situação na América Latina, segundo um estudo revelado nesta segunda-feira.

Primatologistas de todo o mundo reunidos em Edimburgo, Escócia, divulgaram um informe onde revelaram a situação das 634 espécies desses mamíferos nos últimos cinco anos, e chegaram à conclusão de que quase 50 por cento delas está, de alguma forma, ameaçada.

Esta advertência está baseada nos critérios da Lista Negra de Espécies Ameaçadas.

Sessenta e nove espécies, ou 11 por cento do total, daquelas mais próximas ao homem estão criticamente ameaçadas de extinção, disseram organizações como a Conservação Internacional, Sociedade Internacional de Primatologia e União Internacional para Conservação da Natureza.

A pior situação é na Ásia, onde 70 por cento desses mamíferos estão ameaçados, contra cerca de 40 por cento na América Latina, segundo informou Anthony Rylands, cientista da ONG Conservação Internacional, com sede em Washington.

"A América Latina está melhor que outras regiões do mundo, em geral por atuação de ONGs e dos governos", disse Rylands à Reuters por telefone.

"Inclusive o Brasil tem melhorado muito a proteção desses animais, como o mico leão dourado, que está em situação muito ruim ao norte da Colômbia", completou.

A Colômbia é o país que necessita de mais ação governamental para frear o problema e proteger as reservas da região latino-americana, onde cinco países integram a lista das 20 nações que mais concentram esses mamíferos, segundo o informe.

Essas nações são Brasil, com 110 espécies; Peru, com 37; Colômbia, com 33; Bolívia, com 24 e Equador, com 20.

O Brasil tem desenvolvido um bom trabalho para deter a extinção de várias espécies, com uma forte atuação de funcionários do Ministério do Meio-Ambiente, mas há dúvidas sobre qual o destino que o governo quer dar à Amazônia, habitat de várias dessas espécies, disse Rylands.

"Por um lado há um compromisso de muita gente no governo pela preservação desses animais mas, por outro lado, tem muita gente que quer desenvolver a Amazônia e dividir a terra, o que pode destruí-la", enfatizou.

Para Rylands, o resultado das políticas adotadas pelas autoridades se verá em uns 10 anos.